Solidariedade: empresário oferece vidraças a preço de custo a vítimas da crise de segurança no ES

Em meio a todo o caos que vive o Espírito Santo (meu estado), um gesto de solidariedade comoveu a internet. Dizem que o brasileiro quando vê oportunidade aumenta o preço, como foi o caso de quando aconteceu a tragédia em Mariana, em que por conta da falta de água, os vendedores vendiam garrafas a preços absurdos.

Aqui no Espírito Santo a história foi totalmente o contrário. Isso porque um empresário dono de uma vidraçaria, Guilherme Freitas, publicou na página da sua empresa no Facebook que venderá vidraças a preço de custo, o mesmo da nota fiscal de fábrica, para vítimas de arrombamentos e saques da cidade de Cachoeiro de Itapemirim, no interior do estado. Segundo ele, a mão de obra também será gratuita. O preço dos produtos vão ficar em torno de 40 a 60% mais barato, diz Guilherme.

"Sou comerciante e sei do quanto os últimos anos foram difíceis para o comércio no Brasil. Além da crise econômica, esses empresários agora terão que lidar com suas lojas saqueadas, vidros quebrados. Muitos não terão nem condições de reabrir seus comércios. Nunca vi um terrorismo desses", lamentou o comerciante.

A postagem do empresário viralizou na internet com quase 3 mil curtidas e mais de 1000 compartilhamentos até as 16h desta quinta-feira (09). Internautas do Brasil inteiro elogiaram a atitude do comerciante.

"Fiquei feliz com a repercussão. Espero que outras pessoas que também ajudem o Espírito Santo a se levantar diante desse caos. Nosso Estado tem muita gente boa e trabalhadora e, se todo mundo ajudar um pouquinho, vamos superar", comentou ele.

CRISE DE SEGURANÇA NO ESTADO

Desde o último sábado, dia 4 de fevereiro, o Espírito Santo passa por uma crise na segurança pública. Isso porque a Polícia Militar está de greve, e não estão saindo nas ruas. Eles dizem que são os familiares deles que impedem a saída dos quartéis, porém, está mais do que claro que isso é apenas uma desculpa para a greve continuar.

Já são mais de 100 homicídios registrados nesse período, quando em todo mês de janeiro o número registrado foi de apenas 4. Além disso, mais de 300 carros foram roubados e o mesmo número de lojas foram saqueadas e arrombadas.

Os policiais pedem por melhores salários e melhores condições de trabalho. O governo diz que não tem dinheiro para um reajuste agora, mas que posteriormente podem voltar a conversar, porém, os policiais não aceitam a proposta e continuam o movimento, e enquanto isso, a população sofre dentro de casa trancada.